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quarta-feira, 28 de fevereiro de 2007

Tratado sobre CREEEE---CK

Esqueça Carandiru, desconsidere Alcatraz.
A maior prisão do homem contemporâneo e digitalizado é o monitor. Tudo bem, talvez não do homem como sociedade. Mas é a minha prisão, pelo menos.
Parece ser inversamente proporcional: quanto maior a minha vontade de me livrar desta superfície vertical reluzente, menor a minha chance de escapatória.
Se Golias fraquejava com criptonita (...), a minha sina é perder meus poderes (por favor, isso é uma metáfora, quem sou eu para ousar ter poderes?) por conta dessa maravilha tecnológica e consumidora de recursos naturais.
É um mal que me persegue, afinal necessito de micro-processadores para o meu ofício diário. Eu bem que poderia me beneficiar apenas de um lápis número dois e uma folha de papel A4, porém estes não têm o mesmo apelo estético, interativo e comunicacional que os computadores atuais. Mas tá, a questão não é esta.
A cada nano-segundo em que me coloco de frente para o monitor, minha condição física vai por água a baixo. Meus olhos ardem, sinto tonturas constantes e dificuldade de concentração. É uma prisão devastadora, suga a minha energia vital como um dos Dementadores (é, aqueles do Harry Potter). Oito horas diárias obrigatórias são difíceis. Tento me desvincilhar do maquinário pegando livros e revistas, porém o tempo dedicado a eles não é o suficiente para enganar o meu corpo. É como nadar conta a correnteza, não adianta nada eu já estar com os sintomas e então partir para leituras palpáveis.

"Ah, mas então comece o dia já lendo. Fique meia hora no computador e leia mais um pouco. Continue assim até o fim do dia."


Não adianta. Às vezes simples 5 minutos são o suficiente para me incomodar pelo resto do dia. O mais emocionante é quando após as 8 horas diárias e obrigatórias, vejo-me diante de outra tela, porém agora na faculdade.

Mas não seria uma prisão digna da terminologia se não houvesse a tortura. Equivalente aos métodos medievais da época medieval (...), o teclado contribui em peso para o meu sofrimento. É, essa maquininha digital de digitar faz coisas que até Pazuzu duvida. Minha mão já deve estar em estado terminal, de tanto que eu digito. Pode ser negligência minha, afinal é sempre bom fazer exercícios com a mão (sem malícias).
O teclado disponível para mim foi criado por uma empresa que com certeza fez pactos e contratos com algum gigante da fisioterapia. Após 6 meses de uso constante, a situação da mão do indivíduo deve ficar em tal estado que as únicas alternativas devem ser sessões fisioterápicas intensivas ou amputação dos membros, seguida de atos forçados de canibalismo. Vai construir teclas pesadas assim na putaquetepariu!

Acho que preciso de óculos.
Mas antes vou ali no 1,99 comprar aquelas bolinhas de apertar.

terça-feira, 27 de fevereiro de 2007

Papo-caneca

Ricardo diz:
tu não tinha seis tijelas por dentro dos flancos daquele apontador antigo?! como é q tu ta aí, ali e aqui sem cair?!

Ricardo diz:
alertando q se externa o quanto não existem mais cores.

Snake Eater diz:
aounde?

Ricardo diz:
nada como não saber onde ir com as palavras voltando.

Snake Eater diz:
não obstante, o cárcere pseudo-pneumático pós-evangelista atribui uma seleuma obsoleta dentro da miríade neo-revolucionária de 1733

Ricardo diz:
fosse apenas isso nem me atrelaria pegar aquelas carambolas, embora tivesse avisado que ventilador não combina com chiclete

Snake Eater diz:
paupado apenas na insignificância retórica dentro de mesóclises belicistas dentro de um hamburguer de lixo hospitalar

Ricardo diz:
acertou. Explodiu. Errou ao repetir "dentro". To indo.

Snake Eater diz:
Sua observância me causa espanto dentro de um ciclo corporativo de falsete

Snake Eater diz:
limpe a bunda.

segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

Freak le Bum Bum

Uma estrela ardente que, com esta magnífica mega-produção, largou este título para se tornar, indubitavelmente, uma supernova. Tal película elevou sua carreira a tal ponto que a tornou referência em potencial para as futuras gerações. Desde sua memorável atuação com Jean Claude Van Damme não se via tanto carisma na TV. Exemplo para crianças e garotas da periferia, alcançou o que muitas almejam: um holofote no consagrado programa de Luciana Gimenez. E, acima de todo o resto, estabeleceu de vez, junto com Rita Cadillac (outra gênia da mídia tupiniquim), um mercado até então escasso por estas terras: o da pornografia de pseudo-celebridades.

Vamos todos fazer uma homenagem.



Pê ésse: a idéia era colocar o link direto do Pornotube, mas motivos obscuros não me permitiram inserir o link. Então procure by yourself =D

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2007

Reflexão para o final da semana

Já filosofava o Millôr:

"A diferença entre o açougueiro e o ator: o ator encarna os papéis. O açougueiro empapela as carnes."

Um bom final de semana a todos.

Sábio Chinês

Sorte de hoje:
A estrela da fortuna brilha sobre você
---
Estou farto de suas promessas falsas, Senhor Orkut!
Eu te amaldiçoo, ó blasfemador!
Teus impropérios me causam asco, prole de meretriz!
Te repudio com todas as minhas forças, ser ignóbio.


Anseio pela sorte de amanhã.

Nota mental

Um lembrete para a posteridade: preciso erradicar todos os indícios de preguiça existentes em mim (tanto física quanto mental). Se alguém tiver uma solução, me mande. Mas de preferência uma solução rápida, pois estou com preguiça. E como estímulo, deixo esta poesia contemporânea da garota que venceu a pobreza e ganhou a vida nas grandes metrópoles. Maria da Graça Meneghel.
(isso porque estou com preguiça de terminar o post).

Eliana

Xô Preguiça

1,2,3,4

1,2,3,4
1,2,3,4,1,2,3,4
Xô preguiça sai fora
Pra começar o seu dia
Com mais disposição
Thuru thuru
Faça um bom exercício
De respiração
Thuru thuru
Respire bem fundo
Até encher seu pulmãozinho
Limpa, Alisa, Volta
Tudo vai devagarinho
Não tenha pressa
Faça tudo sem se cansar
E canta
Xô preguiça xô preguiça
Se ela quiser te pegar
Sai fora
Xô preguiça xô preguiça
agora eu não posso parar
Sai fora
Xô preguiça xô preguiça
Se ela quiser te pegar
Sai fora
Xô preguiça xô preguiça
agora eu preciso estudar
1,2,3,4
1,2,3,4
1,2,3,4,1,2,3,4
Xô preguiça sai fora

(eu percebi que é da Eliana, mas quando vi que era dela, fiquei com preguiça de mudar)

Momento acéfalo

Aix, to sem nd pra dzê... soh prah atualizah msm ;))~~~~~~
Chega fdssssss!!!

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

Lobo, the Red

Companheiro distante escreve para este humilde centro digital do livre-arbítrio.
Inevitável é associar o texto com a criação diária e às vezes impulsiva de blogs. Pelo menos foi o que percebi. Com referências que vão desde o mundo ilusório da propaganda até o nosso queridíssimo e contemporâneo Dado Dolabela, apresento-lhes Wolf, o vermelho.

Oéonãoé

Diz no meu ouvido: o que te atrai? O que contrai? Eu duvido que seja só isto. E o que você anda dizendo que gosta? Fala, fala pra mim. O que você faria com esse seu corte de cabelo em uma praia deserta? Pode me dizer sem medo. Mesmo sozinho? Mesmo? Que mentira.

Você é você mesmo, mas não passa do espírito do tempo, não é? A distância entre sua essência, seus anseios e a realidade são o teu limite. Se considera moderninho, mas nas estatísticas acaba sendo o mediocre. Não fique nervoso, tampouco se sinta mal. Não viva sobre sua própria sombra. Se quiser, poupe-se: apenas não acredite, é fácil assim. Você não precisa responder a todo e qualquer estímulo, meu amigo, e eu até entendo: você foi manipulado e gostou... ou você não lembra?

Tenho quase certeza que você já traiu algum movimento e teus movimentos já te traíram.

Toda verdade é uma espécie de esperança.
(Rodrigo Gonzatto)

Ps: Sinto uma ironia gigantesca nesse texto : D

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2007

O Grande Eremita

No auge da minha quarta série, após completar uma década de existência material e espiritual (ou não), tive a chance de presenciar um discurso sábiamente feito por aquele que, aos nossos ingênuos olhos, era o grande conhecedor da cultura geral mundial. Suas palavras ecoavam em nossas mentes e nos faziam sentir integrados em um cenário de onipresença planetária. E tudo isso antes do deslanche da internet (deu de enteder?).

Ele era o guia turístico da nossa escola. Terceirizado, mas da nossa escola.

Em uma visita ao lendário Muerro del Finder (Morro do Finder, em espanhuelo), a pessoa em questão, em uma aula de experiência e maturidade, nos revelou um segredo que viria a quebrar a nossa visão de mundo e chocar aos mais inocentes. Incisivamente, falou:

"O Homem é a criatura mais filha da puta que já pisou na Terra."

Foi um choque. Como ele ousou dizer isso a criançolas puras como nós? Mas o que ele disse se confirma nos dias de hoje. Parece que não há uma alma bem humorada nesse mundo. Ou melhor, nessa cidade. Todo mundo leva a sério toda e qualquer brincadeira feita. Sarcasmo é algo desconhecido para atendentes e transeuntes. Mas isso não vem ao caso.
Ele também compartilhou uma informação importante: o caráter do Homem é completamente formado aos 23 anos. Depois disso, reformular quaisquer traços da personalidade se torna uma tarefa árdua e quase impossível. Não sei até onde isso é verdade, e duvido que seja. Mas só pra não arriscar, mude enquanto é tempo.

Ah, este sábio da montaha (sacou? Montanha, morro...), oito anos após suas palavras proféticas viria a ser acusado por tentar masturbar o filho de uma professora daquele colégio. O filho devia ter uns 7 anos. Logo, o sábio era um pedófilo homossexual.

Irônico.

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2007

Pílula amarela

Neo não conseguia dormir.
É, o Neo. Aquele, que carregava uma capa negra, um arsenal bélico invejável, um par (par?) de óculos feitos sob medida e acima de tudo: um fardo gigantesco.
Afinal, salvar o que resta de um mundo decadente não é tarefa para qualquer um. O peso de tamanha responsabilidade devia afetá-lo em todos os aspectos de sua vida.
Neo é, nestes termos, a imagem representativa do trabalhador contemporâneo.
Ou pelo menos, dos que levam pra cama algumas tarefas inacabadas e essenciais.

Não quero mais brincar! Não quero mais brincar!

Digo isso por mim mesmo.
Preciso, neste momento, encontrar um nome que reflita todo o novo posicionamento de uma determinada marca em questão. E a consciência de que não conseguirei fazê-lo me incomoda e consome cada segundo do meu trabalho e do meu ócio. Isso é uma mistura de baixa auto-estima e insegurança, e por mais que eu faça bons trabalhos, essa mistura está lá. Lá no canto, me observando e esperando o momento certo para dar o bote. Mas insegurança é assunto para depois.

O fato é que, assim como Neo, carrego um fardo nas costas. E por mais simples que possa ser esta tarefa, está sendo de um peso consideravelmente desconfortante (ou desconfortável?) para mim. Não é agradável saber que irei acordar agoniado por causa disso. Aliás, a agonia é um dos sentimentos mais inconvenientes que existem, junto com a dor no saco e a caganeira descontrolada.

E tudo isso acarreta em pensamentos desestimulantes (a agonia, não a caganeira e nem a dor no saco). Busco nestas linhas alguma solução.
Por favor.

terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Pilantrão Médico

Alguns homens têm o poder, a manha e as especificações básicas para conseguir procriar a raça humana com mais facilidade. São criaturas pré-selecionadas por uma entidade amorfa e ilusória, geralmente situadas no imaginário humano (a entidade, não as criaturas). A partir desta constatação, pode-se dizer que suas origens são indecifráveis e incertas. OU então estes seres abençoados com o dom da conquista fácil são assim devido a sua criação e experiências em épocas de desenvolvimento mental e corporal. Vá dizer, há pimpolhos que você bate o olho e consegue bradar, em uma enfatizada sentença:

"Esse muleque vai ser pegadô!"

Exemplo máximo e inspiração deste singelo post: George Clooney.


Tempos atrás, no longínquo ano de 2005, lembro-me de ter lido um artigo comentando "como se dar bem na vida sendo George Clooney". Pode parecer título de literatura (sigh) de auto-ajuda, porém são ensinamentos essenciais para a prática da cópula frequente. Vamos lá.

Com seu ar confiante, único e sensual, George Clooney - O Legendário, conquista multidões feromônicas do mundo todo, e evoca um fenômeno denominado pela comunidade científica como "caipirinha de suor". Mas como podem existir pessoas, que assim como Neo, são predestinadas ao sucesso enquanto outras mal conseguem se comunicar com as fêmeas de seu grupo?
Simples. Tomando como exemplo o artigo supracitado, faça o seguinte:

Interprete.

Faça de sua vida um baita filme. Imagine que você tomou a forma de Daniel Ocean e copie seus trejeitos. Ao ir até a reprografia de sua faculdade, aborde a funcionária com um olhar ao mesmo tempo penetrante e sedutor. Verifique a tom de sua voz, deixando-a naturalmente máscula e nunca, mas nunca mesmo esqueça do sorrisinho sarcástico.
Ele é a chave para que todo o seu esforço não seja em vão. O sorriso sarcástico é a característica-mor para conquistar a confiança do receptor, no caso a moça das cópias. Se o seu plano for bem sucedido, você terá economizado 1,50 do xerox e quem sabe role um festerê no seu quarto depois da aula.

Estes ensinamentos se dão para toda e qualquer situação, independendo do cunho sexual empregado. Vai comprar coxinha? Seja George Clooney. Pedir aumento? George Clooney.
Operar a fimose? George Clooney. Aproveite.

Obs: Obviamente eu me enquadro no gráfico das pessoas que não sabem ser George Clooney.

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2007

Um país de todos

Se você for viajar para a Escócia, Japão ou Azerbaijão e por acaso tiver que fazer escala no México, não hesite em investir tempo para se deslocar até o consulado mais próximo. E dinheiro também, pois os aproximadamente 84 reais gastos serão convertidos em horas de não-incomodação. A não ser que você possua algum fetiche bizarro relacionado a ficar trancafiado em países de terceiro mundo, corra e faça o seu visto. Agora. Now!

Nem ouse pensar que você terá livre circulação pelos territórios chicanos sem o seu querido e estimado visto. Nem mesmo umas voltinhas pelo aeroporto da Cidade do México.
Aliás, perdoe-me a falta de sinceridade. Menti descaradamente.
Se der sorte, conseguirá ir até o toalete mais próximo com o profissional alfandegário. E se fizer um sexo oral com dedicação, tenha certeza de que ele te conduzirá até a cafeteria mais cara do aeroporto. Mas não antes de ficar algumas boas horas confinado em uma saleta medíocre com meia dúzia de infelizes. Infelizes e desprovidos de uma bela cútis, diga-se de passagem. Tenha em mente colombianos sub-desenvolvidos e refugiados, que enxergaram no México a oportunidade de crescer na vida. Eis os seus companheiros deste Big Brother estapafúrdio e dispensável.

"Sienta acá del mi lado, hombre!"

O seu lar pelas próximas horas será constituido basicamente de:

  • Paredes alvas em sua totalidade, o que pode causar um certo agrado no primeiro momento, mas após a primeira hora surge a vontade de enfiar uma chave philips nas narinas, tamanha a sensação de vazio e tédio à sua frente.
  • Bancos. Não estou me referindo ao Itaú ou Bank of Mexico. É banco de sentar mesmo (Ok, poderia ter ficado sem essa). Bancos em sua maioria ocupados pelos seres supracitados. Bancos rasgados e provavelmente sujos, e sabe-se lá quem ou o que os ocupou antes de você. Muitos deles são reservados por pessoas deitadas e envoltas em cobertores, roubando aproximadamente quatros dos já poucos lugares disponíveis.
  • Poluição sonora devido às reformas no aeroporto
Welcome to Mexico.

Mas é claro que estes são os privilégios apenas dos predestinados a não fazer o visto. Caso o contrário se dê por verdade, solte um "Viva!" e aproveite todas as mordomias que o Aeroporto Internacional da Cidade do México tem a oferecer, incluindo livre acesso às lojas, banheiros e restaurantes. O destaque fica para a beleza ímpar das lojas de produtos teoricamente livres de taixas aduaneiras, que vendem desde os mais refinados perfumes nova-iorquinos até imensas caixas de cigarro, de tamanho comparável aos boxes de sucrilhos tamanho família encontrados em filiais do BIG. Após o consumo intensivo de duas caixas dessas em apenas um mês, considere a idéia de falência múltipla de seus órgãos.

E ainda terás o privilégio de se deparar com centenas de pseudo-ninfetas ao melhor estilo RBD de ser. Mentira. Só tem jaburu e cabrita manca. O maior número de gente feia por metro quadrado, superando por pouco a população consumidora do shopping Mueller de domingos a tarde. Mas não considere isso um comentário preconceituoso. É apenas uma constatação baseada nos conceitos vigentes de beleza e estética mundiais.

"Jo soy Rebelde, cuema mi bocetita!"

Mas é claro, estes dizeres se dão apenas em cima de experiências em territórios limitados e áreas restritas do aeroporto mencionado. Quaisquer generalizações feitas por sua pessoa são generalizações feitas por sua pessoa. É bem possível que o México seja mesmo um lugar cheio de pontos paradisíacos, beldades de mini-saia e gente simpática (vide episódios de Chavo del Ocho em Acapulco). Visite o México. Mas não esqueça do visto.

Obs: o vídeo de dois posts abaixo está funcionando.

sexta-feira, 9 de fevereiro de 2007

Hakuna Matata

Se Pedro Bial aconselhou você a usar filtro solar, eu dou um conselho muito mais útil: trate o próximo como se fosse a criatura mais desprezível do mundo.
Não se dê ao trabalho de fazer gentilezas. Por mais que você ache que está fazendo isso para agradar alguém, na verdade está fazendo única e exclusivamente para você.
Ou melhor, para o seu ego.
Lembre-se do que parafraseei anteriormente. Aquela história de se ver mais por um prisma alheio e etc..

Desvincule-se de quaisquer conceitos pré-definidos agora e se ponha nas situações abaixo:
O dinheiro que você empresta não é por bondade, e sim para receber algo em troca no futuro.
A carona que você dá é para conseguir copular no fim da noite.
Os bebês nigerianos que você adota é para sair na capa da People. O sorriso falso que você confere a algum superior seu (de qualquer natureza: pais, chefes, professores) é a esperança de uma futura aceitação ou recompensa.
O mesmo com as dezenas de discussões descartáveis que você tem durante a semana com pessoas só não mais desnecessárias devido ao interesse por trás.
E muitos outros exemplos estão aí, é só você enxergar e admitir que é assim.
Nesse aspecto o ser humano se equipara ao cachorro. É, o cachorro. Aquele ser que defeca no carpete do seu tio e enche o seu braço de saliva. Pode reparar: se você tem comida, seus interesses primários são deixados de lado e você vira o centro das atenções. Caso contrário, você é apenas um bloco andante de sujeira íntima e ácaros. Há exceções, lógico.

Isso foi apenas para ilustrar que todos somos todos semelhantes. Por mais que alguém negue, e por mais que esse alguém tenha certeza absoluta de que não é assim, ele é. Só não descobriu ainda. Talvez tenha percebido, mas tem receio de admitir. Preconceito da sociedade e essas frescuras todas.

Mas o que isso tem a ver com o fato de ser um tremendo pau no cu? Pessoas moles são pisadas. Qualquer indício de compaixão dentro de algumas horas passa a ser visto como moleza. Logo, as pessoas se folgam. Se aproveitam de sua nobreza, já dizia o sábio Sr. Bolaños na pele de Chapolin Colorado. Aqueles que prestaram atenção nas características dos personagens de Chavo del Ocho hoje em dia são vencedores, aposto. São as pessoas que pisam nos outros.
Digo isso por experiência própria. Minha tentativa de ser prestativo me tornou nada mais que um objeto manipulável. A cada favor que eu me ofereço a fazer (por puro egoísmo, diga-se de passagem), nada recebo além de desdém e escárnio.

Por isso, seja um Filho da Puta (com maiúscula). Sempre. Mas saiba como ser.
Porque eu não sei.

Você vai ser odiado, mas também respeitado.

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2007

Conga conga conga!

Existem poucas coisas no mundo mais prazerosas do que a vergonha alheia.
Por mais doentia que possa parecer esta afirmação, pare e analise: você adora ver o próximo metido em uma saia justa. Admita, você adora de verdade.
Já diz Julieta de Godoy Ladeira, autora do livro "Contato imediato com Criação de Propaganda":
"E quando nos vemos por prisma alheio, nos vemos mais."
A resistência é inútil, portanto desista. Confesse que a vergonha dos outros é um de seus fetiches mais íntimos.

Há diversas situações onde podemos nos deliciar com o descuido dos outros. A sala de aula é um dos exemplos mais rotineiros. Programas ao vivo também (adoro entrevistas com pessoas despreparadas e/ou desqualificadas) e até um discurso presidencial pode ser um prato cheio (levando em conta de quem é o presidente em questão). Ah, ver um amigo se decepcionando durante um bate-papo com fins sexuais também pode ser divertido.

Como eu sei que você gosta de sentir vergonha por outrem, recomendo clicar no play abaixo.
O contexto já é patético por si só. Fazer parte da trupe por trás disso deve ser repugnante.
Me lembro do antológico vídeo de Schwarzenegger no carnaval do Rio de Janeiro em meados da década de 80 ao ver essa pérola. O suíngue anglo-saxão* desta criatura se equipara à dança de acasalamento de pavões homossexuais tetraplégicos. Mas o desfecho é ainda mais magnífico, chega a ser sublime.



Após analisar atentamente o vídeo, podemos chegar a conclusões essenciais para o melhor entendimento da natureza animal. Os instintos básicos do ser humano são incontroláveis, e o coito fica exclusivamente em primeiro plano, não importando o que os cerca. Mas convenhamos, se não fosse assim, a procriação entraria em declínio em poucas décadas, e sobrariam apenas baratas para contar história.

E vai dizer que não foi o máximo passar vergonha pela ereção alheia? :D


*Van Damme é Belga, retruca Ivan. Foi procurar na Wikipédia, é? :D

quarta-feira, 7 de fevereiro de 2007

Poesia Choraniana

"Roqueiros" são as pessoas mais inteligentes do mundo.
Tá, não vamos forçar.
Mais espertas, talvez. Inteligente, só um ou outro.
Qual o motivo desta constatação?
Pense bem. Imagine os Simple Plans e Hateens da vida.
Qual a idade de seus integrantes? Vamos lá, eles devem ter no mínimo 25 anos.
O Chorão já deve ter uns 43. Aquela cara de pedófilo cheirado não me engana.
Alguém dessa idade realmente ouve, compõe e se orgulha desse tipo de música? Acho difícil.

"Mas peraê, se eles fazem música é porque eles gostam, oras! It's all about the music!"

Vamos fazer um comparativo. Imaginem uma campanha publicitária.
Os profissionais de propaganda se reúnem, pesquisam sobre o problema do cliente, fazem o planejamento estratégico e criam a roupagem da solução em forma de anúncios, grosseiramente falando. No ramo musical imagino ser semelhante.
Até consigo imaginar o Alexandre Magno Abrão (vamos chamar pelo nome, afinal "Chorão" não passa de um personagem) se juntando em torno de uma mesa com diversos executivos da gravadora e "entendedores" musicais.
Em suma, homens supostamente inteligentes e capazes de encontrar uma lacuna no mercado radiofônico.

Pausa para um quote:
Fernanda diz:
aiiiiiiii vou mija ja volto

Como eu ia dizendo, estes homens, capazes de gerar minas de dinheiro às custas da inocência da massa juvenil tupiniquim, se reúnem em um brainstorm intenso e, analisando fatores como público desejado, carência de mercado e linguagem utilizada, criam o planejamento perfeito para poluir os iPods de pré-e-também-não-tão-adolescentes-assim, além das rádios e de seus programas televisivos favoritos.

Pronto. Agora é só ir ao Faustão e variantes.

O grau de autenticidade de um grupo pode ser medido a partir de sua interpretação nestes programas (Faustão e variantes). É nítido quando uma banda não se sente bem com ela mesma.
A mascara cai, e apenas os fãs mais ardorosos não percebem isso, se apoiando em argumentos como "ah, eles tão no Gugu por obrigação da gravadora". É, pode até ser, mas quem tá ali de verdade (it's all about the music, maaan!) faz pra valer.
O Supla é um músico de verdade.
(Abra agora o YouTube, procure por "Supla no Gugu 2" e deixe carregando)

Na primeira vez em que me deparei com este vídeo, pensei: "Supla, assim você me decepciona".
Mas aí fui assistir e fiquei estupefato. Levando em consideração todo o ambiente Guguzístico - ou seja, mulheres destinadas ao fracasso dançando em taças gigantes, convidados de segunda linha e jornalismo medíocre -, foi uma apresentação bastante satisfatória. Ao vivo e sem playback, um cara que ninguém deve levar a sério levou a platéia abaixo. Platéia cheia de tias e empregadas, mas ainda uma platéia. No fim, todo mundo vibrava, inclusive eu, que já fui assistir esperando uma atuação vergonhosa. O Supla deveria ter lugar de destaque no cenário musical, anseio por uma capa da Rolling Stone com ele.

Então, estimado leitor (tem leitores esse blog?), na próxima vez que tocar My Chemical Romance ou Pitty na radio, lembre-se disto acima. :)