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quarta-feira, 4 de março de 2009

A arte de não ter nada para escrever.

Imagino se os clássicos da literatura iniciados com o conhecido "era uma vez..." não tenham sido criados ao acaso e nas coxas, sem ter sido necessariamente uma idéia pré-concebida. Digo isso porque há dois minutos atrás eu não fazia idéia sobre o que escreveria, e adivinha como eu iria começar o texto? "Era uma vez..."

Não que eu esteja me comparando aos grandes literatos de outrora, pelo contrário. Estou passando por uma das piores fases de atrofia cerebral, onde o meu senso crítico está cada vez menos apurado, sinto-me incapaz de fazer análises profundas a respeito de algo e até me indago sobre a escrita de palavras simples, tendo de consultar o querido e estimado google constantemente. Devo isso a alguns fatores em especial:

- Falta de leitura. Sempre tive o prazer de ler, apesar de não cultivar tal atividade como gostaria. Porém, desde a metade do ano passado, rendi-me à leitura preguiçosa, de fácil digestão. Culpa da internet? Culpa minha.

- Intensificação da vida social e ébria. Existem momentos e momentos. Em alguns deles, queremos passar o dia de pijama, estudar e constituir uma família. Já em outros, queremos a libertinagem, a futilidade e porque não a promiscuidade. Ao momento, eu me encaixaria no segundo padrão. Não que eu esteja passando as minhas noites injetando drogas e participando de bacanais com transsexuais, mas confesso que estou dando prioridade às garrafas de heineken e não aos livros.

- Redenção ao trabalho escravo. Em meus empregos anteriores, sempre pude tirar meia horinha para masturbar a minha mente com textos supostamente bacanas à primeira vista, mas vazios em sua essência, disfarçados por uma construção estrutural aparentemente satisfatória. Hoje em dia é raro eu ter este tempo, visto que a demanda de anúncios pendentes a chegar em minha mesa aumenta em progressão geométrica. Levando em consideração que todo blogueiro que cria seus próprios textos se considera um "gerador de conteúdo", deixei de o ser faz tempo. Hoje, nada mais sou do que um publicitário automatizado, uma mera máquina criadora de anúncios, sem uma abordagem intelectual em meus trabalhos. Um peão da propaganda, trabalhando na linha de produção, sem o "glamour" da criação de novas idéias e conceitos para inspirar consumidores, mas sim gerando materiais como se fossem lanches de uma cadeia de fast-food. Existem várias opções de lanches, mas em sua essência são todos basicamente os mesmos.

São textos como este que você acabou de ler que me fazem pensar sobre determinadas obras clássicas humanidade (mais uma vez: pelamordedeus, não pensem que estou me comparando a algum autor relevante. Este é um texto inútil em um blog medíocre que ninguém lê). Não necessariamente Nietzsche tenha criado "O anticristo" com tal idéia em mente. Pode ser que, em uma bela manhã ensolarada de domingo ele tenha puxado uma folha qualquer e, de ressaca, tenha escrito: "Era uma vez um anticristo". Ok, péssimo exemplo. Horroroso exemplo. Mas tenha quase toda a certeza de que com LOST foi assim. :D

Ps: reparem como no último parágrafo usei argumentos pífios, demonstrando cansaço e desgaste do autor. Eliminar a preguiça mental é um trabalho árduo, amiguinhos. Um dia eu chego lá.